Versão, visão, ferrugem
Eu vejo o mundo de uma forma diferente. E não é que eu seja especial, melhor ou pior que alguém por causa disso, pelo contrário. Às vezes eu só queria enxergar a vida na minha frente da maneira mais simples possível.
As pessoas costumam pensar que sabem tudo sobre a minha vida ou querem nela interferir. Ditar trajetos. Passo longe da maturidade, beiro às brincadeiras de criança e há muita experiência para ser vivida, mas eu levo muito a sério os caminhos que eu quero e vou seguir.
Existe muito ar em minha volta. E sempre houve. Agora o ar está acabando e estou aprendendo a segurar o fôlego para quando chegar a hora... soprarei para algum lugar com novos ares.
Eu estou em um trem que tenta voltar para os trilhos. Meu combustível são os meus sonhos. Eu não saio por aí catando cada pedaço meu que ficou para trás. Eu estou construindo minhas próprias peças, encaixando em cada fenda. Se eu perder a saída de vista eu perco toda a razão, este sou eu procurando vidros inteiros sem reflexão.
Eu cansei de dar o meu universo como moeda de troca, eu não quero recomeçar mais. Quero me moldar... e assim estou sendo feliz, sendo quem eu gostaria de ser. Quero pessoas ao meu lado que confiam em mim, nos meus projetos e no rumo que eu quiser levar pra minha vida.
Os meus olhos estão abertos para ver coisas que sempre sonhei, agora começarei a correr atrás de cada detalhe que me traga cor e luz. Para alguns eu posso ser uma versão fosca de metal oxidado, inútil. E não julgo e não critico quem me vê assim.
Para os outros que me veem com outros olhos eu dou a minha alma, eu me afogo, submerjo, me laço, entrelaço, me viro, reviro de ponta cabeça. Sei que às vezes pode não ser o certo, mas se você leu isso e não achou errado eu ser assim... é bem provável que você seja uma pessoa que eu emprestaria os meus olhos para enxergar o meu mundo perfeito. Não que isso seja um privilégio, eu enxergo a mesma árvore que você, a mesma nuvem branca, a mesma rosa vermelha, é só um jeito diferente de ver os rostos das pessoas que passam, o azul esbranquiçado do céu. É só um jeito meu de fenecer a superficialidade.
