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A Culpa é das Estrelas

 

Falar de filmes é muito difícil. São muitas opniões, diferentes gostos e modos de pensar. Bom, pesquisei em muitos sites e não vi nenhum que falasse nada a mais do que uma sinopse, ou uma sinopse estendida. Poderia fazer o mesmo (e seria bom para as pessoas que não assistiram ao filme) mas, existem muitos sites assim, então falarei muito a respeito de um dos filmes mais emocionantes que eu já assisti. Portanto, se você ainda não viu o filme NÃO prossiga!

 

O filme, escrito por Scott Neustadter e Michael H. Weber (500 Dias com Ela) e dirigido por Josh Boone (ótimo Ligados pelo Amor), conta a história de dois jovens. Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) é uma adolescente que possui câncer na tireoide com metástase pulmonar que varia seus dias em uma rotina massante entre a TV e seu romance favorito, “Uma Aflição Imperial”.

 

Por insistência dos pais, que a consideram deprimida, Hazel começa a frequentar um grupo de apoio e lá conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um jovem expansivo e alegre que perdeu uma das pernas devido a um osteossarcoma. Daí começa a surgir, como dizemos aqui em Minas, "aquele trem forte que bate dentro do peito".

Quando Gus decide falar de seus medos ele diz que um deles é ser esquecido* (comentarei mais sobre isso depois) e daí vem a primeira intereção sentimental entre os personagens, com um simples e direto conselho de Hazel que mal conhecia o rapaz.

Agosto 22, 2014

O jeito que os dois se olham é a coisa mais bonita do filme. Os atores foram muito bem escolhidos e confesso que estava com um pé atrás em relação a isso por causa da mediana interpretação deles no filme Divergente (que eram irmãos). Virei fã de Shailene (que anotem: será uma das melhores atrizes em Hollywoode de sua beleza. Pelo visto não foi só eu. Hazel questiona Gus : "Porque está me olhando assim?" "Porque você é bonita". Ok que é ficção e você pode achar que eles exageraram no drama do filme mas, ja pararam pra pensar o quão raro isso é hoje em dia?

Falando de romantismo o que foi aquilo Isaac (Nat Wolff )?? O cara estava bem cego (sem trocadilhos) em não ver o quanto aquilo de "Always,always,always" era superficial.

Foi muito engraçada a reação de Hazel ao ver Augustus tirar do bolso aquele maço de cigarros. Ela dizia : "Você arruinou tudo!" e ele, querendo rir, responde: "É uma metáfora,você põe a coisa que mata entre os dentes mas não lhe dá o poder de te matar." 

 

Depois disso ela vai até a casa dele e acaba conhecendo um pouco mais da "Augustolandia" , e é onde acontece um dos melhores diálogos do filme. Gus pergunta sobre a história de Hazel e, para continuar nos surpreendendo, ele não quer saber do seu passado ou dos problemas com o câncer. Ele quer saber sua verdadeira história. Seus interesses, hobbies, paixões, fetiches. Este é ponto principal no filme. "A culpa é das estrelas" tinha tudo para ser mais um filme sobre câncer onde a protagonista sofre o filme inteiro e no final morre. A maioria dos filmes deste gênero falam sobre a leucemia e não mostram outras tramas envolvidas, além da dor e do sofrimento. Mas os roteiristas souberam inovar e fizeram uma ótima adaptação do livro e seguiram a risca o roteiro. No filme a doença é o plano de fundo para as outras histórias que se desenrolam.

 

O pai de Hazel até tenta alertar Gus para o possível final trágico da menina. Os próprios pais, apesar de sempre otimistas e confiantes na melhora da filha, eram lúcidos e realistas e sabiam que um dia a morte poderia chegar para a garota.

Hazel sabia que não tinha tanto tempo de vida e de repente aparece alguém que podia trazer paz e amor, alguém que podia trazer um novo significado para a vida da protagonista. Você pode até ter achado ruim a enrolação que o casal teve para se desenvolver ao longo do filme, mas pense : Se você acha que daqui um tempo pode não estar mais neste mundo, porque envolver outra pessoa em sua tristeza? Você poderia ser egoísta com você mesmo (não lhe dando uma oportunidade de ser feliz) ou ser egoísta com o próximo (porque você não sabe o que a outra pessoa está disposta e o quanto isso pode fazer bem para o outro também). Então Hazel teve que ter muita sabedoria em todas as decisões que tomou, e assim ela foi amadurecendo cada vez mais. No começo Gus e Hazel decidem ser apenas amigos para que nenhum pudesse sofrer em um futuro próximo (caso tivessem um romance).

 

Hazel sonhava saber em como o seu livro preferido "Uma Aflição Imperial" terminaria. Ela então, decide escrever para o autor do livro e para sua surpresa ele a responde e a convida para ir a Amsterdã. O casal, após enfrentar algumas complicações, acompanhado de sua mãe, parte em viagem.

 

 

 

Não posso deixar de comentar a belíssima atuação da mãe de Hazel (Laura Dern, que talvez tenha gostado tanto porque se parece muito com Lily Rabe, atriz que admiro muito) que interpreta uma ótima mãe que ama incondicionalmente sua filha e teme perde-la. Familía é algo que Hazel nunca poderá reclamar.

Gus e Hazel vão a um restaurante - que aliás, que pu** restaurante -  e discutem sobre o sentido da vida, existência de Deus, anjos e vida após a morte. Depois de toda conversa jogada fora, Gus, de repente e na hora certa, diz que está apaixonado por Hezel. A cena foi tão bonita de se ver que com certeza emocionou muitas pessoas. O jeito que ele olhava para ela, como se não pudesse aguentar mais ficar preso a esse sentimento, e o jeito que ele sorria com alívio, fizeram da cena uma das mais bonitas do filme.

 

O dia seguinte era o mais esperado pelo casal. Hazel e Gus vão até a casa de Peter Van Houten para conhecer o escritor e saber o que aconteceu no final da história do livro favorito de Hazel. Para minha surpresa (de novo), encontramos um escritor diferente do que parecia ser quando correspodia por email com Hazel. Peter se tornou uma pessoa amargurada e inacreditada na vida. (Ri muito daquela cena do ~ hip-hop sueco~ ) O encontro não foi dos mais esperados, e o casal sai da casa decepcionado.

Logo em seguida, eles partem para conhecer a casa de Anne Frank. O beijo tão esperado acontece ao som daquela voz que foi muito bem sincronizada com a cena. "Tente recuperar a felicidade dentro de você. Pense na beleza de tudo que te rodeia e seja feliz.". Hazel foi em busca da sua felicidade e, ali, ela teve a certeza que Gus era a pessoa que a ajudaria a conseguir isso.

 

Isaac acaba ficando completamente cego, como já esperava, e decide fazer uma "brincadeira" com sua ex ~Monica Always ~ (que o deixou pela bela desculpa de : eu não vou aguentar ver você ficar cego e blábláblá). Ele, Gus e Hazel vão até a casa dela para jogar ovos em sua porta (gostei da ideia), o que gerou a cena mais divertida do filme.

Gus decide não esconder nada de Hazel e revela a ela que fez novos exames e que seu cancêr tem piorado. Doeu ver a garota inconformada, não acreditando naquilo que ele estava dizendo. Enquanto todos se preocupavam com a doença de Hazel deixamos de lado (pelo seu carisma e eloquência) o que estava acontecendo com Augustus.

"- O que está pensando?

-Em ser esquecido...sempre pensei que eu seria um herói, que teria uma grande história para contar, que sairia nos jornais. Eu deveria ser especial."

 

Está foi, se podemos contar, a segunda parte mais emocionante do filme para mim. Talvez porque eu pense exatamente igual a Augustus. Ele tinha medo no começo de ser esquecido* e morrer sem que ninguém lembrasse dele, sem ter feito nada de especial ou que não tivesse algum reconhecimento. No fundo, acho que todos nós temos esse medo, mas alguns não sabem que somos lembrados pelas nossas pequenas atitudes. A história que você vai construir depende de cada passo que você dá todo dia, por isso somos heróis de nossas próprias vidas. 

 

Gus prepara Hazel e Isaac para seu discurso em seu funeral e daí vem a cena mais emocionante do filme. Nem o coração mais forte deve ter resistido a garota que antes se sentia tão sozinha e que odiava sua rotina, falar com tanta facilidade sobre o amor, sobre a gratidão. O discurso de Hazel usando a Matemática foi uma das coisas mais bonitas que ja vi. 

Isaac conseguiu tirar lágrimas de meus olhos ao falar sobre sua amizade com Gus. Me lembra muito a maioria dos meus amigos homens que tentam manter a postura de durão e que procuram não dizer o que sentem, mas você sabe o que tem lá dentro e quando é dito... é visto de uma forma tão diferente.

 

"Mas quando os cientistas do futuro aparecerem na minha casa com olhos robóticos e me pedirem para experimentá-los, vou mandar eles se ferrarem, porque, Gus, não quero ver um mundo sem você."

 

Gus acaba falecendo e Hazel sente na pele a frase de seu livro "a dor precisa ser sentida". Ela descreve a dor da perda de Gus como a maior que já sentiu. "Era o grande e terrível 10."

 

Peter Van Houten aparece de novo (desta vez a pedido de Gus antes de morrer) no velório do rapaz. Logo depois tem um encontro perturbado com Hazel em seu carro e deixa para ela uma carta. Nela possuia um email que Gus mandou para Peter para que ele pudesse escrever o discurso fúnebre quando Hazel morresse (ela tinha pedido isso a ele, mas ele não era muito bom para escrever). Gus confessa sua diferença em relação a amada, a qualifica como diferente, fala que ela sabe a verdade e que diferente dos outros ela não queria ser lembrada.

 

Não poderia deixar de comentar a trlha sonora do filme que recebe todos os meus elogios possíveis. Conheci Birdy esse ano e fiquei completamente admirado com a emoção que transmite em sua voz. Jake Bugg e sua pu** voz !! Incomparável, música inglesa é outra coisa. Sou suspeito para falar de Ed Sheeran, meu cantor favorito, e quando soube que faria a música para o filme, já esperava o melhor vindo dele. E foi o que aconteceu. Confira abaixo alguma das músicas da trilha sonora do filme que mais me marcaram no filme:

Gus é um cara que serve de inspiração para todos os homens. Mesmo com todos os problemas nunca perdeu o sorriso no rosto, nunca desistiu do que queria, nunca desistiu de amar e permitiu ser amado. Quem, hoje, se dedica tanto as incertezas da vida? Quem, hoje, diz eu te amo com tanta facilidade? Quem, hoje, se preocupa com o toque, que viaja em um futuro distante para saber como serão as coisas? Quem diz tão sinceramente : "Ela é tão bonita,não consigo parar de olhar para ela" ? Se pudessemos parar para refletir no quanto nos doamos para que aquilo que tanto desejamos aconteça, qual a porcentagem você se daria? Exigimos demais que coisas boas aconteçam para a gente sem que, às vezes, façamos coisas boas para recebermos. Tudo é troca, você dá o que recebe e vice-versa. Não culpe o destino, muito menos jogue a responsabilidade em Deus. Deus te ajudará se você for merecedor de tal ajuda. Se julgue e tente fazer de você uma pessoa, cada dia melhor. Eu ainda acredito nas pessoas. Eu ainda acredito no amor.

“Hazel é uma cor de transição e a personagem está no meio de um monte de coisas: entre ser saudável e ser doente, entre a infância e a idade adulta (…). Então, isso pareceu uma maneira de comunicar a instabilidade e medo (mas também emoção) dessa parte da vida”.

Escrito por Rafael Quevedo

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