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Três palavras


Não bebo muito, mas tenho ficado bêbado, ultimamente, durante as noites tão sozinho com as mesmas coisas de sempre. Fumo meu cigarro amarelado com a luz acesa e enquanto me escoro no parapeito da janela e olho os carros passarem, duas lágrimas escorrem. A saudade vem em ondas. Tento evitar sua presença, desejo não encontrar mais os fios do seu cabelo nas minhas blusas de ontem. Evito o mesmo perfume, aquele que você tanto gostava.

As pessoas costumavam dizer que éramos para sempre e minha mente parece ter registrado isso e procurado, involuntariamente, algum sábio que saiba como te apagar das minhas memórias ou, talvez, eu encontre a voz de Deus me dizendo que criou alguém como eu para te amar.

Sabemos dos nossos tropeços. Caímos sobre nossa casa de lego, e as peças estão espalhadas e jogadas pelo chão como se fossem nada, como se não tivéssemos vivido. E ainda dói. Um elefante pisa em mim toda vez que me transporto para o dia que nos apaixonamos.

Eu mantenho meus pés firmes e tenho aprendido muito sobre a ausência. Sua voz ecoa na minha parede blindada, porque a minha metade que te quer é maior que a outra parte que te rejeita. Então, sua voz entra no meu quarto pelas noites frias e é como se você pudesse ser meu rouxinol.

Seguimos nossas vidas, eu sei, mas parece que eu te quero mais agora. O jeito que esse sentimento floresce é estranho, para duas pessoas que se esqueceram das três palavras.

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