Poeiril
- Rafael Quevedo
- 2 de nov. de 2014
- 1 min de leitura

Sentado em uma velha poltrona e, a imaginar a água sobre a cascata e o céu sobre as estrelas, tenho pensado em coisas fora do tempo. Tenho sintomas em mente, bebendo vinho tinto.
Como vim parar aqui? Como pude passar tanto tempo nessa estrada que não me levou a lugar nenhum?
Olhos vermelhos, marejados e cansados da falta de imediatismo me fizeram levantar e buscar, naquela estante, em minha frente, soluções para a vida levada.
Livros em destaque, tanto tempo parados, cobertos de poeira.
Me apoio em matéria e lágrimas escorrem tentando desistir. Levanto a cabeça e, com infinitos sopros, tento tirar a poeira daquela estante vil.
Insuficiente!
Minutos de reflexão e percebo que, além de ser retirada das coisas ao meu redor, a poeira precisava ser retirada de dentro de mim. As teias que se ourificavam envolta dos meus sentimentos precisavam ser cortadas. A tarefa era unicamente minha.
É hora de separar os brinquedos.
É hora de separar o homem do menino.
Deixar o pânico, superar o medo.
Difundir!
Aura verde sobre mim, iluminado.
O mundo podia dormir esta noite, porque hoje, eu precisava acordar primeiro, precisava de reflexão cúbica de confiança.
Porque eu estou de volta!
O fogo não queima mais. As cicatrizes começam a desaparecer. O mundo precisava ver.
Vicissitude, metamorfose.
Porque eu estou de volta!!
Porque agora eu tenho certeza que minha alma jamais envelhecerá.
A plateia começa a me chamar.
E aplaudir
O meu ser
O meu eu
De páginas novas...
Livre da poeira de mim mesmo.